Examples of using "Junon" in a sentence and their portuguese translations:
Totalmente espalhada pelo mar, / vê a frota de Eneias: os troianos / vencidos, subjugados pelas vagas / e pelo céu, que, transformado em chuva, / parecia sobre eles desabar. / E não deixam de ser pelo irmão percebidas / as astúcias de Juno rancorosa.
Teme a corte volúvel, teme os tírios / com sua falsidade proverbial; / dia e noite consome-se em pensar / que a cruel Juno é protetora da cidade.
"E há mais, a cruel Juno, que hoje vive / com tanta inquietação atormentando / o céu, a terra e o mar, há de mudar / para melhor e proteger comigo / essa gente que um dia irá tornar-se / a célebre nação togada dos romanos, / conquistadores do universo inteiro: / assim me aprouve decidir".
"Que não nos falte Baco, a fonte da alegria, / e que Juno propícia nos assista! / E vós, ó penos, celebrai com gosto / a realização deste festivo encontro!”
Já nos pórticos desertos / do santuário de Juno o execrável Ulisses / e Fênix, guardas escolhidos, tomam conta / do esplêndido butim.
De um véu frígio cobrimos a cabeça / ante os altares e, seguindo as instruções / de Heleno, que ele tanto enfatizara, / conforme o ritual oferecemos / a Juno de Argos os prescritos sacrifícios.
Pelos mares arrastado / e por terras estranhas, muito tempo / foi joguete dos deuses, instigados / pelo furor da rancorosa Juno.
"Agora hospeda-o a fenícia Dido, / retendo-o com finezas e blandícias, / e eu não devo confiar nessa hospedagem, / que Juno patrocina; ela não vai / cruzar os braços em tais circunstâncias".
"Veja o rei Príamo! A virtude, aqui também, / seu galardão conquista. Há lágrimas aqui / por nossas desventuras, corações / que dos reveses dos mortais se compadecem".
"Além, na entrada da cidade, espada à cinta, / qual duro comandante, ocupa a porta Ceia / Juno, chamando enfurecida, dos navios, / os batalhões de seus aliados gregos."
"De que maneira teu irmão Eneias / anda batido pelo mar, de praia em praia, / vítima do rancor da iníqua Juno, / tu não ignoras, e compartilhaste / muitas vezes de nossa própria dor".
"A cidade de Pádua, finalmente, / ali fundou para morada dos Troianos, / entre as nações lhes dando nome e posição; / de Troia, qual troféus, as armas pendurou; / agora em doce paz ele descansa".
Depois de longa estada no Epiro, o herói embarca e vai fundear a frota no litoral da Itália, onde, seguindo os conselhos de Heleno, primeiro faz um sacrifício à deusa Juno, a fim de apaziguar essa inimiga dos troianos.
Musa, bem sabes que dos deuses a rainha, por julgar-se ofendida em sua majestade, agastada obrigou varão de excepcionais virtudes a arrostar inenarráveis situações de perigo e duras provações. Pode haver tanto fel em corações divinos?
Musa, relembra-me! Dos deuses a rainha, / por julgar-se ofendida em sua majestade, / agastada obrigou varão de excepcionais / virtudes a arrostar inenarráveis / situações de perigo e duras provações. / Pode haver tanto fel em corações divinos?
Existiu no passado uma cidade, / colônia tíria, no ultramar, defronte à Itália / e à dupla foz do Tibre: era Cartago, / empório próspero e potência militar, / na guerra sempre uma temível inimiga. / Dizem que Juno a preferia a todas / as outras terras, inclusive a própria Samos.
Mal perdiam de vista as terras da Sicília / e em rumo do alto mar alegres velejavam – / brônzeas proas sulcando as ondas espumosas – / quando Juno, em seu peito conservando / incurável ferida, a si mesma dizia: / “Será preciso que da empresa começada / eu desista vencida, sem poder / da Itália o rei dos teucros afastar, / porque sou impedida pelos fados?"
Dido, a sidônia, estava ali construindo / imenso templo dedicado a Juno, / enriquecido pelas oferendas / feitas à deusa todo-poderosa; / no alto da escadaria, êneas soleiras; / umbrais também de bronze sustentavam / pesadas portas brônzeas, que rangiam / nos gonzos.
Havia um bosque / fresco e umbroso no centro da cidade, / onde os penos, batidos pelas vagas / e tempestades, logo que chegaram, / o presságio de Juno confirmaram, / de fogoso corcel desenterrando / a cabeça, sinal, conforme a deusa, / de que aquela nação seria incomparável / na guerra e rica pelos séculos afora.
"Enquanto eu, que dos deuses sou rainha, / que, além de ser de Júpiter irmã, / esposa sou também, contra um só povo / vejo-me a fazer guerra há tantos anos! / Depois disto quem pode haver disposto / a venerar de Juno a divindade, / ou com preces depor em seus altares / uma oferenda, um digno sacrifício?”
A ele então, / humilde, Juno roga nestes termos: / “Ó Éolo (pois a ti o pai dos deuses / e rei dos homens deu a faculdade / de as ondas amansar e de encrespá-las / com o auxílio do vento), uma gente que odeio / no momento navega o mar Tirreno, / levando para a Itália Ílio vencida / e seus penates".
"Além do mais, se alguma ciência tem Heleno, / se neste vate crês, se de verdades / o coração me inunda Apolo, quero dar-te, / filho de Vênus, um conselho, que entre todos / é sem dúvida o mais considerável / e não me cansarei de repetir: / seja o primeiro objeto do teu culto, / de Juno excelsa a divindade; com desvelo / dirige-lhe teus votos e conquista / com súplicas e dons a poderosa deusa, / e quando, finalmente, a tiveres propícia, / deixarás a Trinácria e irás à Itália."
Avistamos o golfo de Tarento, / a cujas margens Hércules fundou, / se é verdadeira a tradição, a vila / que deu nome à baía; à frente surgem / o templo de Lacínia, as torres de Caulônia / e o Cilaceu, que despedaça embarcações.
“Sim, ó nascido de uma deusa, é manifesta / para mim a certeza de que vais / cruzando o mar sob os auspícios de altos numes: / os fados assim pauta o rei dos deuses, / alternâncias da sorte regulando; / e assim se vai cumprindo o teu destino. / Muito haveria de ser dito, porém pouco / adiantarei, a fim de que navegues / em segurança por tranquilos mares / e em porto itálico bem possas ancorar, / que o mais as Parcas de saber me impedem, / nem me permite revelar Satúrnia Juno."
Após a proposição e a invocação, início comum dos poemas épicos, o poeta começa a narrativa no sétimo ano da expedição de seu herói, isto é, no momento em que Eneias, líder dos troianos, tendo partido da Sicília e velejando rumo à Itália, é assaltado por violenta tempestade, provocada por Éolo a instâncias de Juno, que continua a perseguir os habitantes de Troia, depois do desmoronamento de sua pátria, e quer impedir-lhes o estabelecimento na Itália, onde os fados anunciaram que eles serão os fundadores de poderoso império.