Examples of using "Encor" in a sentence and their portuguese translations:
Nisto, o maior portento e mais terrível / (pobres Troianos!) nos apanha de surpresa, / causando enorme confusão.
Enquanto Eneias comovido assim falava, / o sopro sibilante do Aquilão / fere-lhe em cheio a vela e vagalhões / levanta aos céus.
Admirado, / descubro que seu número cresceu / muito com a vinda de outros desditosos – / homens, mulheres, velhos, jovens e crianças –, / gente humilde do povo que se unia / para ao desterro tristemente submeter-se.
Eis porém que, de Tênedos saindo, / dois dragões (horripilo-me ao contar) / na superfície do mar calmo alongam / seus imensos anéis e, lado a lado, / avançam rumo ao nosso litoral.
“Eu vivo, sim, embora a vida arraste / entre as mais sérias e mais duras provações; / de qualquer forma, ainda respiro, podes crer / no que estás vendo."
O filho da Acidália / então começa aos poucos a apagar / de Siqueu a lembrança, e, buscando avivar / naquele coração sentidos já bastante / amortecidos, trata de ocupá-lo / por completo com novo e intenso amor.
A armadura reluzente / envergando, retorno à cidade, disposto / a de novo correr todos os riscos, / a vasculhar Troia de ponta a ponta, / a vida expondo em cada lance de perigo.
"Ela da Itália falará das tribos; / das guerras que te espreitam; vai dizer-te / como evitar ou superar dificuldades; / e, se lhe fores reverente, ela por certo / um feliz navegar te assegura."
Satúrnia isso temia, e relembrava / a guerra que ela outrora promovera / contra Troia, em favor de seus queridos / argivos. Ela então ainda não tinha / esquecido os motivos de seu ódio, / de seus ressentimentos dolorosos.
"E há mais, a cruel Juno, que hoje vive / com tanta inquietação atormentando / o céu, a terra e o mar, há de mudar / para melhor e proteger comigo / essa gente que um dia irá tornar-se / a célebre nação togada dos romanos, / conquistadores do universo inteiro: / assim me aprouve decidir".
Cheguei à audácia, na aflição daquele instante, / de por ela gritar dentro da noite, / e o meu clamor enchia a escuridão das ruas: / “Ó Creúsa, Creúsa!”, eu repetia / mais alto cada vez, inutilmente.
Quando, porém, terceiro ramo com mais força / puxo, no chão fincando os joelhos (contarei / ou calar é melhor?), aos meus ouvidos chegam / desde o fundo do túmulo uns gemidos / e a voz de alguém que em pranto assim se queixa:
Com sete naus, o que restou de toda a frota, / Eneias vai ali buscar refúgio. / E ávidos de pisar em terra firme, / desembarcam na praia por que tanto / haviam suspirado – e que afinal conquistam – / os teucros e na areia os corpos lassos / e encharcados de sal vão estendendo.
Agora todos vão cuidar da caça / e o próximo repasto preparar. / Alguns esfolam, outros evisceram / os animais; da carne palpitante / estes cortam pedaços e os enfiam / nos espetos; aqueles já colocam / na praia os caldeirões de bronze e o fogo atiçam.
Então pede a rainha e enche de vinho / pesada taça de ouro cravejada / de pedras raras e que a vários reis fenícios, / desde o primeiro Belo, pertencera.
"E há mais: ao termo da jornada, quando / a frota repousar além dos mares / e já na praia ante os altares os teus votos / fores cumprir, com purpurino manto / cobre a cabeça, para que, durante o culto, / figura hostil nenhuma possa, sendo vista / entre os lumes rituais, perturbar os presságios."
Caminhando a seu lado, eu vou reconhecendo: / esta, em menor escala, é Troia mesma; / essa é Pérgamo, embora menos alta, / e tem por nome Xanto aquele arroio seco; / até posso abraçar umbrais de portas Ceias.
Com tais insídias, pela astúcia do perjuro / Sínon, a falsidade acreditou-se; / e viram-se vencidos pela fraude / e por fingidas lágrimas aqueles / que nem Diomedes nem Aquiles, o Tessálio, / tendo a apoiá-los frota de mil barcos, / em dez anos de guerra, haviam subjugado.
Os demônios depois investem contra o pai, / que em socorro acorria, de arma em punho; / vão-no envolvendo espiras poderosas: / já duas a cintura lhe constringem / e mais duas o colo, ainda sobrando / dos corpos escamosos os pescoços / e as cabeças erguendo-se medonhas.
"Enquanto eu, que dos deuses sou rainha, / que, além de ser de Júpiter irmã, / esposa sou também, contra um só povo / vejo-me a fazer guerra há tantos anos! / Depois disto quem pode haver disposto / a venerar de Juno a divindade, / ou com preces depor em seus altares / uma oferenda, um digno sacrifício?”
'Preocupados, Eurípilo mandamos / o oráculo de Febo consultar, / e do santuário chega a sombria resposta: / "Com sangue os ventos propiciastes imolando, / ó gregos, uma virgem, quando viestes / às praias de Ílio; sangue a volta agora exige, / com sacrifício de outra vida grega... "'
A barba esquálida, os cabelos empastados / de sangue ele trazia e, pelo corpo, / os numerosos ferimentos recebidos / em torno aos muros, defendendo a pátria.
Uma porta traseira camuflada, / não vista pelos gregos, dava acesso / a um passadiço entre os dois prédios do palácio, / por onde costumava Andrômaca, a infeliz, / nos bons tempos sozinha transitar, / em visita a seus sogros, ou levando / o pequeno Astianaz ao caro avô.
E mais o cetro que ostentara outrora / Ilíone, de Príamo a mais velha / das filhas, e um colar de pérolas perfeitas, / e uma coroa de ouro cravejada / de pedras raras. O expedito Acates / prontamente aos navios se dirige.
O valente Épito e Ripeu vêm-me ao encontro / (eu os reconheço à claridade do luar) / e Dimas e Hípanis, que correm a juntar-se / ao nosso grupo, além do filho de Migdon, / Corebo, o jovem que chegara havia pouco / a Troia, ardendo da paixão mais louca / por Cassandra e, bom genro, a Príamo trazendo / (e, é claro, aos frígios) sua ajuda militar. / O coitado não soube dar ouvidos / aos vaticínios da inspirada noiva.
Deve Acates também trazer presentes, / valiosas prendas do flagelo de Ílion salvas: / um rico manto com recamos de ouro / e um véu de orlas bordadas com motivos / de louro acanto, ambos adornos finos / de Helena de Argos, mimos caros da mãe Leda; / a belíssima grega os levou de Micenas / para seu casamento espúrio em Troia.
E o pai Anquises: “Guerra! – exclama ao vê-los – / é o que anuncias, terra, ao receber-nos, / pois os cavalos se armam para a guerra / e estes aqui de guerra ameaça representam. / Certo, porém, é que esses mesmos animais, / atrelados não raro ao carro, docilmente / o freio aceitam sob o jugo; assim, também / pode de paz considerar-se o augúrio.”
Fazemo-nos à vela e vamos à vizinha / Acroceráunia, de onde ficam muito curtas / a rota e a travessia para a Itália. / Já o sol se põe e a sombra cobre a serrania.
"Ó filho de Tideu, / ó tu, que és o mais bravo dentre os Gregos! / Pensar agora que morrer não pude / nos pátrios campos de batalha, sob os golpes / de teu potente ataque; onde o valente Heitor / jaz abatido por certeiro dardo / do neto de Éaco; lá, onde tombou / o gigante Sarpédon, e onde o Símois, / pela corrente arrebatados, rola ainda / tantos escudos, capacetes, corpos / de robustos guerreiros imolados!”
Num bosque à entrada da cidade, à margem / de um novo Xanto, Andrômaca ofertava / funéreos dons, solenes iguarias, / às cinzas do finado esposo e lhe evocava / os manes junto ao túmulo vazio, / de verde relva, e aos dois altares consagrados / aos seus pranteados Astianaz e Heitor.
Também triste no instante derradeiro / daquele adeus, Andrômaca, não menos / generosa que Heleno, a Ascânio presenteia / com finos trajes adornados de ouro, / uma clâmide frígia e farto suprimento / de preciosos tecidos, e assim fala: / “Filho, aceita estas prendas, meus lavores, / como lembrança e testemunho do carinho imperecível da viúva do teu tio / Heitor; recebe os derradeiros mimos / de teus parentes, tu que és viva imagem / do meu caro Astianaz: esse rosto, esses olhos, / essas mãos ele tinha, e hoje estaria / com tua idade, a entrar na adolescência.”
Aprestar os navios manda Anquises, / para largar enquanto o vento é favorável. / Respeitoso, dirige-lhe a palavra / o intérprete de Apolo: “Anquises, tu que foste / considerado digno da sublime / união com Vênus, ó mortal aos deuses caro, / que foste salvo de ambos os excídios / de Pérgamo, eis da Ausônia a terra é teu solar; / solta as velas e vai a ela aportar. / Mas é preciso que navegues para além / da costa próxima, porque da Ausônia a parte / que te franqueia Apolo, fica do outro lado. / Parte, ó pai venturoso, que contigo / levas o amor e a devoção do nobre filho. / E é só, não devo retardar-te com discursos, / quando os austros começam a soprar.”