Examples of using "O'er" in a sentence and their portuguese translations:
Sendo puxada, resvalando ela penetra / ameaçadora até o centro da cidade.
"Logo em seguida, Calcas anuncia / que é preciso empreender a retirada / pelo mar, porque Pérgamo não pode / ser arrasada pelas armas dos argivos, / a menos que se vá buscar à Grécia / novos auspícios e o favor de Palas, / nas curvas quilhas o paládio lhe levando."
Os dois amigos, enquanto isso, percorreram / rapidamente a senda que os guiava, / e já subiam a colina que se eleva / dominando a cidade e que de cima / olha a fronteira fortaleza.
"De que maneira teu irmão Eneias / anda batido pelo mar, de praia em praia, / vítima do rancor da iníqua Juno, / tu não ignoras, e compartilhaste / muitas vezes de nossa própria dor".
Ó, dizei, aquela bandeira estrelada ainda tremula sobre a terra dos livres e o lar dos corajosos?
"Em primeiro lugar, longo e difícil / itinerário te separa dessa Itália, / que tão perto já crês, e de alguns portos / vizinhos, onde, pobre ignaro, hás de aferrar: / longínquas terras teu roteiro inclui."
Com lágrimas brotando-me dos olhos, / do querido casal me despedia: / “Sede felizes, vós que ao termo do caminho / pela fortuna assinalado já chegastes; / quanto a nós, ainda temos de atender / às caprichosas ordens do destino."
Assim, todo o fragor do mar se extingue / no momento em que aquele grande pai, / lançando o olhar sobre a planície equórea, / e conduzido sob um céu sereno, / os cavalos incita e, abandonando as rédeas, / deixa que o carro saia voando sobre as ondas.
No telhado em declive se apoiava / torre altaneira, cujo píncaro buscava / as nuvens alcançar; Troia inteirinha / descortinava-se dali, e o arraial / e a frota dos argivos.
Procuro em torno ver com quem posso contar. / Desesperados, todos já haviam / desertado da vida, se atirando / do telhado ou seus corpos mutilados / e sem forças às chamas entregando.
"Foge depressa, filho, à lida vã põe termo. / A teu lado estarei até deixar-te / em segurança junto ao lar paterno.”
No centro do palácio, a céu aberto, / ficava um grande altar; bem próximo, um loureiro / muito antigo os Penates envolvia / em generosa sombra.
As naus já se erguem, no escarcéu se equilibrando, / já descem pela fenda que entre as vagas / lhes mostra o fundo: a areia revolvida / pelo esto enfurecido, em remoinho.
Pelo corpo de Iulo, então, Vênus espalha / um suave sono e, aconchegando-o ao seio / divino, o leva para os bosques luxuriantes / da Idália, onde lhe tece à sombra um leito / com tenras flores da cheirosa manjerona.
Entrementes, / sentiu Netuno que com surdo estrondo / o mar se perturbava: um temporal / se desencadeara, afetando a quietude / até das profundezas do oceano, / o que o deixou terrivelmente irado. / Sobre as ondas erguendo a benévola fronte, / percorre com o olhar a vastidão do abismo.
Fazemo-nos à vela e vamos à vizinha / Acroceráunia, de onde ficam muito curtas / a rota e a travessia para a Itália. / Já o sol se põe e a sombra cobre a serrania.
“Sim, ó nascido de uma deusa, é manifesta / para mim a certeza de que vais / cruzando o mar sob os auspícios de altos numes: / os fados assim pauta o rei dos deuses, / alternâncias da sorte regulando; / e assim se vai cumprindo o teu destino. / Muito haveria de ser dito, porém pouco / adiantarei, a fim de que navegues / em segurança por tranquilos mares / e em porto itálico bem possas ancorar, / que o mais as Parcas de saber me impedem, / nem me permite revelar Satúrnia Juno."
"Essa promessa, que por certo compensava / com destino glorioso o fado adverso, / é que me consolava da tristeza / de ver Troia cair e ser destruída. / Mas eis que a mesma sorte ainda persegue / aqueles homens que por tantos infortúnios / já foram vitimados. Grande rei, / por que não findas dessa gente o sofrimento?"
“Mas seria melhor, diz ela, nos contasses / desde o princípio, gentil hóspede, as ciladas / dos gregos, a ruína do teu povo / e os teus errores, eis que a sétima estação / já vês chegar, enquanto, em ziguezague, / de costa a costa todo o mar percorres".
Tanto ímpeto não tem o rio que, na enchente, / com fúria rompe diques e represas, / e em torrente arrojando-se, a espumar, / inunda as glebas, arrastando pelos campos / de cambulhada estábulos e reses.
"Ali os Lócrios de Narícia se fixaram, / Idomeneu de Licto os campos de Salento / militarmente ocupa e a pequena Petélia / é defendida pelos muros construídos / por Filoctetes, rei de Melibeia."
“Ó tu, que aos atos de mortais e deuses / leis eternas impões; que com teu raio / espalhas o terror por toda a parte, / que grande crime cometeu meu filho Eneias / contra ti, que fizeram os troianos, / para, depois de tantas aflições, / verem fechar-se o mundo em derredor, / por impedi-los de chegar à Itália?"
"Tua pátria confia-te os objetos / de seu culto e seus deuses: companheiros / que possam eles ser do teu destino. / Recebe-os e procura-lhes construir / imponente cidade, assim que se conclua / tua incerta jornada pelo mar.”
"Depois que as chamas consumiram nossa pátria, / vi-me arrastada por longínquos mares; / do rebento de Aquiles tolerando / a arrogância e o desprezo, em cativeiro / dei-lhe filhos. Mais tarde ele casou-se / com uma neta de Leda, Hermíone, em Esparta, / ao seu escravo Heleno tendo transmitido / o direito de posse desta escrava."
E mais o cetro que ostentara outrora / Ilíone, de Príamo a mais velha / das filhas, e um colar de pérolas perfeitas, / e uma coroa de ouro cravejada / de pedras raras. O expedito Acates / prontamente aos navios se dirige.
Nós a vemos passar roçando o teto / e claramente mergulhar nos bosques do Ida, / de nossa fuga a rota assinalando; / atrás de si deixa brilhante e longa esteira, / e do local da queda, em largo raio, / sobe um quente vapor cheirando a enxofre.
"Nós, que depois do abrasamento de Dardânia, / vimos seguindo a ti e aos teus guerreiros; / nós, que na frota que comandas percorremos / o proceloso mar, elevaremos, / nós mesmos, para a glória os teus futuros / descendentes, e império universal / outorgaremos à cidade tua e deles. / Apta sede constrói para o soberbo reino; / não desanimes ante os empecilhos / que encontrares ao longo da jornada."
Então meu pai Anquises / cinge de uma grinalda grande taça, / enche-a de vinho puro e invoca os deuses, / de pé no alto da popa: “Grandes numes, / que poder tendes sobre o mar e a terra, / ó senhores do tempo, concedei-nos / ventos propícios e feliz navegação!”
"Dido, aterrorizada, logo cuida / de arranjar companheiros para a fuga, / juntando ao seu redor os que tinham mais medo / ou mais ódio do déspota insensível. / De barcos prestes a zarpar se apossam / e, carregando-os de ouro, mar afora / vão levando as riquezas cobiçadas / de Pigmalião: da empresa à frente está a mulher!"
Deve Acates também trazer presentes, / valiosas prendas do flagelo de Ílion salvas: / um rico manto com recamos de ouro / e um véu de orlas bordadas com motivos / de louro acanto, ambos adornos finos / de Helena de Argos, mimos caros da mãe Leda; / a belíssima grega os levou de Micenas / para seu casamento espúrio em Troia.
Vendo a cidade capturada, as portas / do palácio arrombadas e seu lar / pelo inimigo profanado, o pobre ancião / põe sobre os ombros trêmulos o fardo / inútil da armadura aposentada / havia tanto tempo e, em vão cingindo a espada, / caminha para o meio da caterva / celerada, caminha para a morte.
Caíra a noite e sobre a terra o sono / apoderava-se de toda a humana gente. / As sagradas imagens dos penates / troianos, que, do incêndio da cidade / resgatando, eu comigo transportara, / eis do meu leito, qual num sonho, vejo erguer-se / à minha frente, bem iluminadas / pelo esplendor que a lua cheia difundia / através da janela aberta do meu quarto. / E pareceu-me ouvi-las proferir, / para tranquilizar-me, estas palavras:
Muito sofreu também na guerra que no Lácio / travou para fundar uma cidade, / onde os teucros penates abrigasse, / dali provindo a raça dos latinos, / os reis albanos e a altaneira Roma.
Estava a soberana ali ditando leis, / ministrando a justiça e repartindo / com critério e equidade encargos e tarefas, / ou mediante sorteio os atribuindo, / quando súbito Eneias vê chegando, / em meio a muita gente, Anteu, Sergesto, / o intrépido Cloanto e outros troianos / que um negro turbilhão dispersara no mar / e para longes costas arrastara.
Mas, temendo esse risco, o pai onipotente / em caverna sombria os encerrou, / pondo por cima a massa colossal / de altos rochedos, e lhes deu um rei / que soubesse, mediante certo pacto, / as rédeas encurtar, ou afrouxá-las, / conforme as ordens recebidas.
A ele então, / humilde, Juno roga nestes termos: / “Ó Éolo (pois a ti o pai dos deuses / e rei dos homens deu a faculdade / de as ondas amansar e de encrespá-las / com o auxílio do vento), uma gente que odeio / no momento navega o mar Tirreno, / levando para a Itália Ílio vencida / e seus penates".
Isto inda mais os espicaça. Qual vorazes / lobos, que, cegos pela fome insuportável, / na cerração noturna a presa caçam, / deixando as crias, esfaimadas goelas, / à espera nos covis; assim rompemos / por entre as setas inimigas, na certeza / de rumar para a morte, atravessando / todo o centro de Troia, sob a sombra / envolvente das asas da atra noite.